Trump critica Zelensky após negativa ucraniana sobre concessão da Crimeia
- Redação 24Hrs
- há 2 dias
- 2 min de leitura
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou publicamente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta quarta-feira (23), após o líder ucraniano declarar que jamais aceitaria a ocupação da Crimeia pela Rússia como parte de um acordo de paz. A resposta de Trump veio poucas horas após o vice-presidente americano, JD Vance, divulgar uma proposta dos EUA que prevê o congelamento das linhas territoriais atuais e veta a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Pela primeira vez, uma autoridade dos Estados Unidos apresentou publicamente um plano de paz que favorece interesses territoriais da Rússia. O projeto estipula que russos e ucranianos manteriam o controle dos territórios atualmente ocupados, incluindo a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Além disso, a proposta impediria a adesão da Ucrânia à aliança militar ocidental.
Durante uma visita à Índia, Vance afirmou que os Estados Unidos poderão se retirar das negociações caso Kiev não aceite os termos. “Fizemos uma proposta muito explícita aos russos e aos ucranianos. É hora de eles dizerem sim ou os Estados Unidos se retirarem desse processo”, declarou.
Em resposta, Zelensky reiterou que a Crimeia é território ucraniano, conforme a Constituição do país, e que não há possibilidade de negociar sua soberania. “Isso viola nossa Constituição. Este é o nosso território, o território do povo da Ucrânia”, afirmou em entrevista coletiva.
Também nesta quarta-feira, a ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, reforçou a posição do governo, afirmando em uma publicação nas redes sociais que “a Ucrânia nunca reconhecerá a ocupação da Crimeia” e que está “pronta para negociar – mas não para se render”.
Em sua rede social, Truth Social, Trump afirmou que as declarações de Zelensky são “inflamatórias” e prolongam o conflito. “Se ele quer a Crimeia, por que não lutaram por ela onze anos atrás, quando foi entregue à Rússia sem que um tiro fosse disparado?”, escreveu o presidente americano.
A proposta americana causou desconforto entre líderes europeus, que expressaram surpresa diante da possibilidade de os Estados Unidos estarem negociando diretamente com Moscou. Diplomatas da França, Alemanha, Reino Unido e Ucrânia participaram de reuniões técnicas em Londres. O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, também esteve na capital britânica acompanhado por ministros ucranianos.
Steve Witkoff, principal negociador do governo Trump com a Rússia, deve visitar Moscou ainda esta semana. O Kremlin elogiou a iniciativa americana, destacando os esforços de mediação de Washington.
Comments