Irmão do presidente Lula vira Alvo da PF em Operação que investiga corrupção em cobranças irregulares de benefícios do INSS
- Redação 24Hrs
- há 2 dias
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A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23) a operação Sem Desconto, que apura irregularidades em descontos realizados por entidades de classe diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Entre as organizações investigadas está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi/FS), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, conhecido como "Frei Chico", irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), o Sindnapi/FS é uma das 11 entidades que tiveram seus Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS suspensos, o que interrompe os descontos diretos em folha dos beneficiários.

A medida foi tomada após auditorias apontarem que 76,9% dos descontos efetuados pela entidade não tinham autorização dos beneficiários, com base em entrevistas com 1.300 aposentados.
Além do Sindnapi/FS, outras dez entidades estão sendo investigadas:
AMBEX
SINDINAP/FS
AAPB
AAPEN (ex-ABSP)
CONTAG
AAPPS UNIVERSO
UNASPUB
CONAFER
APDAP PREV (ex-ACOLHER)
ABCB/AMAR BRASIL
CAAP
A investigação da CGU foi iniciada em 2023, após aumento do número de entidades conveniadas e de queixas sobre descontos indevidos. De acordo com o governo, foram encontradas falhas estruturais nas entidades, ausência de autorização expressa dos beneficiários e documentação incompleta em 70% dos casos analisados.
A operação da PF mobilizou agentes para cumprir 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 estados. Seis pessoas foram afastadas de cargos no INSS, incluindo o então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto. Também foram afastados:
Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho – procurador-geral do INSS
Vanderlei Barbosa dos Santos – diretor de benefício ao cidadão
Giovani Batista Fassarella Spiecker – procurador de atendimento ao cliente
Jucimar Fonseca da Silva – coordenador de pagamentos e benefícios
Um policial federal (identidade não divulgada)
Os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Durante a operação, foram apreendidos carros de luxo, dinheiro em espécie, joias e obras de arte.
Na manhã desta quarta, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, se reuniram com o presidente da República para apresentar os detalhes da operação.
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